quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Doralyce faz residência artística em Chicago (EUA) sobre Afrofuturismo

São Paulo, setembro de 2018 – A cantora e compositora pernambucana Doralyce faz uma residência artística na Universidade Northwestern, em Chicago, de 25 de setembro a 9 de outubro. Considerada uma das principais expoentes do Afrofuturismo no Brasil, teve o convite feito a partir do encontro artístico e acadêmico com a fotógrafa brasileira Julia Guimarães, estudante de doutorado em Rádio/TV/Cinema nesta universidade.

Com cerca de 100 brasileiros matriculados em diversos cursos de graduação e pós, em abril e maio deste ano, a universidade patrocinou o primeiro festival literário das Américas dedicado ao Brasil: a Primavera Literária Brasileira (Brazilian Literary Spring).
O festival conta com mais de 15 escritores brasileiros e mais de 50 artistas de todo o mundo. Em 28 de setembro, às 17h, Doralyce se apresenta no Auditório Peggy Dow Helmerich, no campus Northwestern, e estabelece uma parceria com a Rádio Universitária WNUR 89.3.
Focada no Afrofuturismo nas Américas, Chican@futurismo e LatinXfuturismo, Julia investiga o modo através do qual mulheres como Doralyce contestam, através de seu trabalho artístico e musical, estruturas hegemônicas raciais, sexuais e políticas, por meio da re-apropriação de conceitos ancestrais como a divindade feminina e o "erótico" enquanto fonte de empoderamento e resistência. “O primeiro disco de Doralyce, ‘Canto da Revolução’, é o meu centro da pesquisa, pois suas canções autorais, que passeiam pelo nordeste trazendo os mares do coco, samba, afoxé, maracatu e maculelê, e que se encontram com o Rio do funk e rap, representam a expressão mais original do Afrofuturismo Brasileiro de nossa geração”, explica.
Doralyce começou sua carreira no berço de importantes movimentos culturais e estéticos, o sítio histórico de Olinda, onde cresceu sob a influência do "OlindaStyle" e "manguebeat". Ela acredita no poder da arte para revolucionar a sociedade, promovendo reflexão profunda sobre o papel das vozes que foram historicamente silenciadas. “Nós, mulheres pretas, estivemos durante muito tempo afastadas da academia e ter o meu trabalho reconhecido como referência, como objeto de estudo, me dá a oportunidade de internacionalizar o meu discurso que é a minha música e minha trajetória”, conta.
Como artista, mulher, negra e nordestina, faz do seu canto uma forma de resistência e empoderamento. Seu repertório autoral conta com mais de 300 músicas que tratam de temas como política, ancestralidade, empoderamento da mulher negra e principalmente a força da fé das culturas de matrizes afro-brasileiras.
SOBRE DORALYCE
Doralyce é ativista, cantora, compositora e atriz. Formada em direito pela Universidade de Pernambuco, ela ainda é produtora cultural e professora de música. A compositora traz as influências rítmicas advindas do sítio histórico de Olinda, representando a força feminina no Maracatu, Coco, Manguebeat, Samba, ijexá, frevo e Maculelê. Ao ir para o Rio de Janeiro, em 2014, seu trabalho se potencializou ao dialogar com a cena teatral carioca, através dos movimentos de ocupação e resistência cultural em que tem expressiva atuação. Neste mesmo ano, compôs sua primeira trilha sonora para espetáculo, que estreou no México em 2015, a peça “Cena Real. É tudo verdade”, da Gene Inasanno Companhia de Teatro, onde a cantora se descobriu atriz. Em 2017, com o lançamento de seu primeiro disco, “Canto da Revolução”, Doralyce compôs seu hit número 1, "Miss Beleza Universal" e fez parcerias que resultaram na versão Feminista das canções "Mulheres" e "Para de apontar o dedo”. Idealizadora da produtora cultural Coletivo 22, a realizadora da Festa Ancestral e Terreiro da Preta; Arte Educadora com a Oficina de Composição Musical. Em 2018, participou de importantes festivais brasileiros como Recbeat (Olinda), Vento (São Sebastião) e Pulso Redbull Music (São Paulo). Facebook: https://www.facebook.com/DoralyceOficial/ Instagram: https://www.instagram.com/doralyceg/ Spotify: https://open.spotify.com/artist/2y04NODkS9eKJV33k3VZBU
SOBRE JULIA GUIMARÃES
Julia Guimarães, fotógrafa e escritora, é formada em Relações Internacionais e História pela London School of Economics, tem mestrado em Relações Internacionais na PUC-Rio, mestrado em Ciência Política pela Universidade do Havaí, e atualmente cursa doutorado na Northwestern University em Rádio/TV/Cinema. Sua dissertação "Trans-Human Afro-futures: Digital GrRiots and Dirty Computer$" é focada na militância estética de Doralyce, Karol Conka e Janelle Monáe. 

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