Testemunhas de um passado remoto, os paredões do Parque
Nacional Serra da Capivara, no Sul do Piauí, guardam o maior tesouro
arqueológico das Américas e encantam turistas do país inteiro. Com este
destino, estudantes de 6º e 7º anos do Colégio Plenus, em Petrolina (PE),
fizeram uma incursão pelo tempo, redescobrindo os mais de 815 sítios
pré-históricos considerados pela Unesco patrimônios da humanidade.
A primeira etapa da expedição, articulada pelo colégio, em
parceria com a CT Viagens, foi uma visita à Casa da Cerâmica, em São Raimundo
Nonato, onde os alunos tiveram a oportunidade de fazer o próprio vaso
artesanal. Não demorou muito para iniciarem a escalada rumo à famosa Pedra
Furada, símbolo do Parque e de onde é possível observar um conjunto de chapadas
e vales que abrigam pinturas e gravuras rupestres datadas entre seis e 12 mil
anos. O objetivo do passeio: conhecer e compreender o Nordeste através de um
novo olhar e "interdisciplinarizar os conteúdos".
“Os alunos foram acompanhados de professores de Ciência,
Geografia e Arte. Uma disciplina interagia com a outra. Eles aprenderam sobre
os fenômenos geológicos da Serra da Capivara, sobre a história dos primeiros
habitantes do nosso continente, foram envolvidos pela cultura regional, com as
apresentações artísticas, assim como relataram tudo em seus diários de bordo”,
explica a coordenadora da incursão acadêmica, Maria José da Silva.
Durante todo o período de viagem, que começou na sexta-feira
(8) concluindo neste domingo (10), os estudantes não pararam no hotel.
Conheceram a população do Sítio do Mocó, no pé da Pedra Furada, fizeram uma
trilha ecológica pelo relevo acidentado de vegetação diversificada, assistiram
a uma apresentação artística de uma companhia de teatro local e visitaram o
Museu do Homem Americano.
Até pouco tempo, acreditava-se que os primeiros grupos
humanos tinham chegado à América há no máximo 25 mil anos. Através do Parque já
se tem registros de homens pré-históricos habitando a região há 50 mil anos. “O
passeio não é apenas didático-turístico, ele também propicia uma vivência
concreta dos estudantes com o espaço histórico, o passado e as implicações que
nossas ações hoje têm para o futuro”, disse Maria.
A aluna do 6º ano, Helena Torreão, de 11 anos, nunca esteve
na Serra da Capivara antes. Tudo que sabia sobre o Parque vinha dos livros ou
da televisão. Durante a expedição, mostrou-se eufórica. “É a primeira vez que
conheço um lugar como esse. É lindo demais. Achei muito legal ver os fósseis de
pessoas que viveram aqui antes mesmo de o Brasil existir”, comenta a menina.
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