Trabalho
excessivo, exaustão emocional, dores de cabeça e musculares são alguns dos
sintomas associados constantemente ao estresse do dia a dia. Se esse fosse o
principal problema o tratamento até seria mais fácil, mas todas essas
características podem ser alguns dos sinais da Síndrome de Burnout, que foi
denominada pelo psicanalista nova-iorquino Hebert Freudenberger, em 1970, como
síndrome do esgotamento profissional.
Cada vez
mais competitivo, o mercado de trabalho exige qualificação e bons resultados
dos seus profissionais. Alguns conseguem lidar naturalmente com a situação,
enquanto outros sentem-se pressionados e se impõem altas cargas de trabalho
para superar as expectativas das empresas, como afirma a psicóloga do Hapvida
Saúde, Lívia Vieira.
Segundo
a especialista, essas pessoas transformam as suas vidas no trabalho e, quando
não conseguem o reconhecimento esperado, tornam-se desmotivadas e sem estímulo
para desempenhar a sua função. “Esta desmotivação advém da falta de
reconhecimento, ou seja, o trabalhador obstinado, que faz de tudo para se
destacar em seu ambiente de trabalho, se doa, procura dar o seu melhor e sua
meta é ser o melhor, sua vida se torna seu trabalho. Sua obstinação é tanta que
passa a medir sua autoestima pela capacidade de sucesso profissional, no
entanto, não se sente valorizado como gostaria”, explica.
Com
tanto esforço do profissional, é natural que em algum momento o estresse
aumente e o corpo adoeça, podendo chegar a um nível severo de depressão. “Após
tanto se doar, a sua capacidade física e mental começa a ficar debilitada,
cansada, com estresse em fase aguda, o que afeta a mente, o psicológico e o
corpo literalmente adoece, pois toda essa situação diminui a imunidade da
pessoa”, afirma.
A
intensidade da doença varia de acordo com a carga que cada pessoa se impõe e
nas suas cobranças internas. Segundo a psicóloga, só é possível iniciar algum
tipo de tratamento à medida que o profissional aceita que está com problemas e
procurar ajuda dos médicos e, posteriormente, a confirmação do psicólogo e do
psiquiatra. As possibilidades de tratamento variam de acordo com o estágio da
doença, pois em alguns casos o problema pode ser resolvido com auxílio de um
psicólogo e em outros é preciso tratar com medicamentos.
Algumas
profissões, como é o caso dos bombeiros, policiais, professores, bancários,
médicos e enfermeiros, exigem mais dos trabalhadores e estão entre as que mais
afetam profissional com a Síndrome de Burnout. A especialista do Hapvida Saúde
afirma que para diminuir os riscos, o fundamental é trabalhar em um local que
traga satisfação. “Quando não se trabalha com o que gosta, maior a chance de
desmotivação. Cobranças externas, sejam da empresa, do superior imediato, ou do
próprio usuário, sempre ocorrerão. O trabalhador precisa estar preparado para
ser cobrado. É mais difícil lidar com as exigências quando se trabalha sem
emoção”, afirma.
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