segunda-feira, 15 de junho de 2015

Estresse, fadiga e desmotivação são sintomas da Síndrome de Burnout

Trabalho excessivo, exaustão emocional, dores de cabeça e musculares são alguns dos sintomas associados constantemente ao estresse do dia a dia. Se esse fosse o principal problema o tratamento até seria mais fácil, mas todas essas características podem ser alguns dos sinais da Síndrome de Burnout, que foi denominada pelo psicanalista nova-iorquino Hebert Freudenberger, em 1970, como síndrome do esgotamento profissional.


Cada vez mais competitivo, o mercado de trabalho exige qualificação e bons resultados dos seus profissionais. Alguns conseguem lidar naturalmente com a situação, enquanto outros sentem-se pressionados e se impõem altas cargas de trabalho para superar as expectativas das empresas, como afirma a psicóloga do Hapvida Saúde, Lívia Vieira.

Segundo a especialista, essas pessoas transformam as suas vidas no trabalho e, quando não conseguem o reconhecimento esperado, tornam-se desmotivadas e sem estímulo para desempenhar a sua função. “Esta desmotivação advém da falta de reconhecimento, ou seja, o trabalhador obstinado, que faz de tudo para se destacar em seu ambiente de trabalho, se doa, procura dar o seu melhor e sua meta é ser o melhor, sua vida se torna seu trabalho. Sua obstinação é tanta que passa a medir sua autoestima pela capacidade de sucesso profissional, no entanto, não se sente valorizado como gostaria”, explica.

Com tanto esforço do profissional, é natural que em algum momento o estresse aumente e o corpo adoeça, podendo chegar a um nível severo de depressão. “Após tanto se doar, a sua capacidade física e mental começa a ficar debilitada, cansada, com estresse em fase aguda, o que afeta a mente, o psicológico e o corpo literalmente adoece, pois toda essa situação diminui a imunidade da pessoa”, afirma.

A intensidade da doença varia de acordo com a carga que cada pessoa se impõe e nas suas cobranças internas. Segundo a psicóloga, só é possível iniciar algum tipo de tratamento à medida que o profissional aceita que está com problemas e procurar ajuda dos médicos e, posteriormente, a confirmação do psicólogo e do psiquiatra. As possibilidades de tratamento variam de acordo com o estágio da doença, pois em alguns casos o problema pode ser resolvido com auxílio de um psicólogo e em outros é preciso tratar com medicamentos.


Algumas profissões, como é o caso dos bombeiros, policiais, professores, bancários, médicos e enfermeiros, exigem mais dos trabalhadores e estão entre as que mais afetam profissional com a Síndrome de Burnout. A especialista do Hapvida Saúde afirma que para diminuir os riscos, o fundamental é trabalhar em um local que traga satisfação. “Quando não se trabalha com o que gosta, maior a chance de desmotivação. Cobranças externas, sejam da empresa, do superior imediato, ou do próprio usuário, sempre ocorrerão. O trabalhador precisa estar preparado para ser cobrado. É mais difícil lidar com as exigências quando se trabalha sem emoção”, afirma.

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