Especialista explica a Importância da Escrita Criativa na Expressão e Inclusão de crianças com TEA

No universo da escrita criativa, cada voz é única e cada história é valiosa. Para crianças autistas, expressar suas ideias e experiências por meio da escrita pode ser uma jornada transformadora, repleta de descobertas e conquistas.

Estratégias eficazes e acolhedoras desempenham um papel fundamental nesse processo, ajudando essas crianças a explorarem sua criatividade e a compartilharem suas histórias de maneira autêntica e inclusiva.

Um desses casos é de Yan de Lima Santana, uma criança autista de apenas 6 anos, autor e ilustrador do livro “O Pato e o Sapo". Nascido em um mundo de cores vibrantes e imaginação sem limites, Yan mergulhou em sua criatividade para dar vida a uma história que vai muito além das páginas de um livro. Com o apoio amoroso de sua família e a orientação cuidadosa de profissionais especializados da Clínica Ninho, Yan conseguiu transformar sua paixão pela arte em uma expressão de sua visão única do mundo. O Pato e Sapo relata a história da relação familiar entre os pais patos e os seus filhos patinhos.

De acordo com a Psicopedagoga da Clínica Ninho, Marília Nogueira, algumas estratégias são eficazes para apoiar crianças autistas na expressão de suas ideias e histórias por meio da escrita. “Para apoiar crianças atípicas na expressão escrita, é essencial utilizar ferramentas visuais, criar um ambiente tranquilo e incorporar seus interesses pessoais nos temas abordados. A introdução de tecnologia assistiva, como softwares de escrita com suporte, é fundamental, assim como estabelecer uma rotina consistente de prática de escrita. Modelar a expressão escrita, fornecer feedback positivo e permitir flexibilidade na forma de expressão são estratégias eficazes para ajudar a criança a desenvolver suas habilidades de escrita e expressão ao longo do tempo”, explica a profissional.

Ao escrever e ilustrar seus próprios livros, as crianças têm a oportunidade de expressar suas ideias, experiências e emoções de forma criativa e única. Ver seu trabalho publicado e compartilhado com os outros pode aumentar sua autoestima e sentir-se valorizado. Além disso, o processo de criação de um livro envolve o desenvolvimento de habilidades linguísticas, de pensamento crítico e de resolução de problemas, o que contribui para o crescimento pessoal e acadêmico da criança, fortalecendo sua confiança em suas próprias capacidades.

A Psicopedagoga explica que a escrita de livros por crianças autistas pode contribuir para uma maior representatividade e diversidade na literatura infantil. “As crianças autistas podem preencher lacunas na representação dentro da literatura infantil, proporcionando uma visão mais ampla e inclusiva da diversidade humana. Isso não apenas valida suas experiências e identidades, mas também enriquece o cenário literário com narrativas únicas e enriquecedoras, promovendo uma maior compreensão e empatia entre os leitores de todas as origens”, afirma Marília.

No caso de Yan, autor do livro o “Pato e o Sapo” desde o primeiro rabisco até as últimas palavras ele demonstrou uma determinação incrível em compartilhar sua história com o mundo. É uma jornada de amor, perseverança e autodescoberta.

Ao escrever, as crianças podem expressar livremente suas emoções, pensamentos e experiências, promovendo um senso de validação e controle sobre sua própria narrativa. Isso contribui para o desenvolvimento da autoestima ao mesmo tempo em que fortalece suas habilidades linguísticas e de comunicação, permitindo que se sintam mais confiantes e capacitadas em expressar quem são e o que sentem.