Artistas e não artistas com interesse no estudo do hibridismo entre as linguagens da Dança e da Música, polirritmia, jogos, improvisações e procedimentos de criação podem se inscrever até 26 de setembro
Rodrigo Felix é percussionista conhecido na cidade do Recife e membro da banda Forró na Caixa, tocando com nomes como Pandeiro do Mestre, Poli, entre outros, e tem seu percurso na Dança, principalmente, pelas brincadeiras populares. Drica Ayub, ingressando no mundo percussivo, e atualmente membra da banda “Forró do Suco Elétrico”, é dançarina e pesquisadora do corpo que tem a improvisação com base nas danças populares, mergulhando profundamente nas escutas corporais (dentro das somáticas) e de seus ritmos conectando-os aos ritmos externos.
Ambos, corpo e som, “moganga” e brincadeira. Se lançam, então, juntos para propor a “instigação” e investigação de caminhos pouco explorados no corpo, tanto por artistas da Dança, mas também da Música: a polirritmia. O caminho proposto pela dupla será de aguçar os sentidos, ampliar a escuta, aprimorar percepções, ritmar percursos para produzir saberes e musculaturas para trilhar uma jornada de abertura e treinamento a um corpo polirrítmico.
Além de Drica e Rodrigo, a oficina conta com a condução de mais cinco artistas e educadores da cidade do Recife, costurando ritmos aos passos que serão dados, conforme anunciam os artistas pesquisadores:
“Joselma Soar vem trazendo de sua sabedoria corporal de escuta profunda a partir de sua experiência enquanto dançarina cega, nos provocando a ampliar a percepção de nosso espaço; Helder Vasconcelos incrementa com seu trabalho de pulsos e pisadas, convidando as bases do Cavalo Marinho pra entrar na roda; Íris Campos, nos trupés do Caboclinho, ancora a força dos povos originários com suas sonoridades e pisadas; Marcela Felipe, nas bases do Frevo, demarca o código das brincadeiras de rua, e nos amplia em mugangas e brincadeira; e Orun Santana, amplia o jogo de dentro com a Capoeira, suas origens e mesclas de jogo e dança. Todos e todas contribuindo com seus saberes da cultura popular, nos fornecendo repertório rítmico e corporal para avançarmos à abertura deste corpo polirrítmico que recebe costura com os artistas pesquisadores”, antecipam Drica e Rodrigo.
É no reconhecimento corporificado dos próprios pulsos e ritmos internos, e seus funcionamentos, que a turma se lançará a sentir e descobrir os ritmos externos e experimentar composições sonoras e de movimento de forma individual, mas sobretudo coletiva. Os exercícios propostos serão em sua maioria em formato de jogo, estimulando o engajamento e a criatividade das pessoas participantes. Instrumentos musicais e a tecnologia serão utilizados para compor e ampliar as possibilidades de escuta, criação e composição.
Serão 12 encontros de 3h cada um deles, distribuídos em quatro semanas, que acontecerão às terças, quartas e quintas-feiras pela manhã (9h às 12h) no mês de outubro. Começando no dia 8 de outubro, as semanas estão divididas nas temáticas: (1) 8,9,10/10: “A Escuta como Base”; (2) 15,16,17/10: “Outras Escutas e Pulso Rítmico”; (3) 23, 24, 25/10: “Bases rítmicas de ritmos pernambucanos”; (4) 29, 30, 31/10: “A Polirritmia como procedimento de criação artística”.
Um dos objetivos mais importantes do curso é incentivar pesquisas e criações que vislumbrem hibridismos das linguagens artísticas da oficina, mas também outras, onde a polirritmia se constituirá e se construirá como base para o desenrolar da criação. Assim, no dia 14 de novembro acontecerá uma Mostra com os processos/resultados artísticos, onde os processos coletivos serão estimulados e acompanhados por Drica e Rodrigo, que darão suporte às pesquisas no período compreendido entre a finalização das aulas e a Mostra.
Segundo Drica Ayub e Rodrigo Felix, outro importante objetivo é gerar e fomentar intercâmbios de saberes e construção de diálogos entre as linguagens da Dança e Música. Assim, visando incrementar as trocas e construções, cada aula terá cinco vagas destinadas a artistas da Dança e/ou Música que possuam trabalhos relacionados, possibilitando uma maior ampliação de alcance e também reverberações artísticas e pedagógicas.
“O corpo que pulsa é o corpo que dança e é o corpo que faz música. Um corpo múltiplo, que ocupa seu espaço no mundo em sua multiplicidade de pulsos e ritmos. Segundo nosso grande mestre Naná Vasconcelos, o melhor instrumento é o corpo! E aqui vamos abri-lo, brincar com ele, percebê-lo nos tempos; afiná-lo”, expressa a artista Drica Ayub, quem facilitará a oficina ao lado de Rodrigo Felix.
FICHA TÉCNICA:
Coordenação e Produção Geral: Drica Ayub
Assistente de Produção: Rodrigo Felix
Artistas-pesquisadoras-educadoras: Drica Ayub e Rodrigo Felix
Artistas convidados: Joselma Soar, Helder Vasconcelos, Íris Campos, Marcela Felipe e Orun Santana
Identidade Visual: Rodrigo Garcia
Fotografia: Anderson Stevens
Assessoria de Imprensa: Dea Almeida (@alcateia.comunicacao)
*Este projeto só está sendo possível de ser realizado graças ao incentivo público à cultura, através da Lei Paulo Gustavo via Governo do Estado.
SERVIÇO:
OFICINA CORPO POLIRRÍTMICO: DANÇA, RITMO, CRIAÇÃO E ESCUTA
Datas: 8 de outubro a 31 de outubro (terças, quartas e quintas-feiras)
Horário: das 9h às 12h
Data da Mostra de Processos: 14 de novembro
Local: Paço do Frevo (Praça do Arsenal, Bairro do Recife)
Informações: Instagram @corpo.polirritmico / (81 ) 99811 7770
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