A médica endocrinologista Odilza Vital explica abordagens e dá dicas de como os pacientes podem aprender a cozinhar de forma saudável na consulta clínica.
A organização do último Congresso da Academia Americana Antienvelhecimento colocou, nada mais, nada menos, do que um inusitado tema: médicos na cozinha, resgate de velhos hábitos já ditos por Hipócrates e isto ilustrou o encontro e promete virar tendência. Tudo dentro da visão do novo conceito de inflamação do organismo, muito mais abrangente. Foi, também, um treinamento para que médicos passem a ir para a cozinha por opção preventiva de males da saúde e ensinem os seus pacientes a cozinhar. Isto é o que já faz a endocrinologista e metabologista Odilza Vital Fill desde os anos 2000, quando inaugurou, dentro de sua clínica, em Niterói, uma cozinha saudável, com alimentos que potencializam de forma positiva seus tratamentos médicos. A Dra. Odilza esteve presente no congresso da A4M e trouxe muitas novidades.
Dra. Odilza também dá dicas do seu livro "Emagreça para sempre com saúde", tema de entrevista de sucesso no saudoso “Programa do Jô”, baseando-se na própria experiencia, quando emagreceu 25 kg, aos 16 anos. Lá, orienta fazer a lista de compras antes de entrar no mercado, cuidar de um bom tempero para dar prazer às refeições e não usar óleo. Beber meio copo de agua antes de comer, o que estimula o centro da saciedade do hipotálamo por neurotransmissor produzido no intestino. Além disso, mastigar 30 vezes e não repetir, colocando todos os alimentos de uma única vez no prato, o que saciará melhor a fome, evitando repetir.
Alguns aspectos do Congresso, ela já desenvolvia em sua clínica ( hoje a profissional tem base em Niterói, Ipanema e Nova Iorque). E prossegue aconselhando. Crianças e adolescentes devem ser estimulados com dinâmicas interessantes. Dra. Odilza foi a precursora da orientação do arroz de couve-flor e pizza sem massa, usando o presunto como base. Preferir alimentos que causam saciedade, os que têm a gordura boa, tipo açaí batido com guaraná diet, abacate e que também vai bem no doce e salgado. Ensina a fazer massa de empada de cenoura com ovo na forminha, para o paciente não ficar com vontade aumentada e desregulada de saborear comida gostosa. Orienta há décadas.
De acordo com o Congresso, os médicos devem ensinar os pacientes a cozinhar. Nem tudo é sacrifício em dietas orientadas pela medica. Ela crê que o paciente deve de transformar de ‘goumand’ em ‘gourmet’, estimulando o paladar agradavelmente. Como teve cozinha dietética, desenvolveu vários doces.
Sobre exercícios físicos, a medica orienta quem tem lesões deve preferir hidroterapias, para evitar dor e desconforto durante o exercício.
O conceito novo de inflamação envolve todo o organismo. Comer mais carbo-hidrato do que o necessário não é indicado e inflama. A Dra. ressalta que algumas informações científicas para preparo de alimentos continuam valendo, como o controle e diminuição do sal para a comida de hipertensos, além da preferência por gorduras poli-insaturadas – presentes no óleo da semente de uva e castanhas – pois se observou que esta gordura provoca menor inflamação do organismo, dentro deste novo conceito de inflamação, muito mais expressivo, segundo a Dra. Odilza.
A orientação, na verdade, tem valor de resgate, uma vez que Hipócrates, considerado o “pai da medicina”, dizia, em 500 a.c.: “que seu alimento seja teu remédio”. E parece que a civilização demorou para entender, mas nunca é tarde para começar. A ingestão de alimentos provoca inúmeras reações químicas no corpo, podendo levar à formação de substâncias tóxicas. Várias ondas recentes sugerem comidas sem glúten ou lactose, veganas, cruas, naturais, integrais, com substituição, por exemplo do sal por gotas de limão e erradicação da gordura ruim. “Digo há anos que não se deve comer margarina e tudo isso foi destacado no congresso da A4M”, relata a endocrinologista, que também defende baixa de carboidratos para dietas de perda de peso.
No livro “Emagreça para sempre com saúde”, prefaciado pelo Dr. Robert Atkins, astro das dietas, falecido recentemente, nos EUA, ela conta mais. Mostra, ensina, adverte em doze capítulos sobre os riscos de regimes milagrosos, visando eliminar falsos conceitos que tanto confundem as pessoas. E também conta histórias de 35 anos de experiência na aplicação de sua especialidade.
Histórico
Odilza Vital formou-se em Medicina pela Universidade Federal Fluminense e se pós-graduou em Endocrinologia pela PUC-Rio e IEDE, além de Geriatria e Gerontologia. Permaneceu nesta instituição como médica concursada pelo SUSEME e como auxiliar de ensino e assistente do curso de pós-graduação por 10 anos, sendo responsável pelos departamentos de Tireoide, Gônadas, Hipotálamo e Hipófise. Professora convidada dos cursos de Pós Graduação em geriatria e Gerontologia da UFF. Titulou-se Especialista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia Nos EUA, nos anos 1990, cursou matérias médicas básicas na Rush Presbyterian Medical Center. Primeira palestrante de Harmonização Hormonal na Academia Americana de Medicina Antienvelhecimento 2010 Foi convidada, em 2016, a ministrar conhecimentos sobre Prevenção Primária do Câncer de Mama, na China, assunto em que trabalha há mais de 30 anos. Exerce suas funções profissionais no Brasil, Rio de Janeiro e Niterói, além de EUA. É sócia da Vital Health Products INC e da Vital Import Export Corporation, ambas localizadas em Nova Iorque. Foi laureada com a Medalha Tiradentes pelos serviços exímios prestados à medicina do Estado do Rio de Janeiro. É autora do livro “De Mulheres para Mulheres”, e “Emagreça Para Sempre “, na 5 Edição. Comercializado, também, nos Estados Unidos e Europa.
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