A dislexia é de origem genética, causada por uma alteração cromossômica hereditária. Em diferentes graus, as pessoas com dislexia sentem dificuldade de estabelecer a memória fonêmica. “Por razões ainda desconhecidas, o cérebro do indivíduo tem dificuldade de organizar as letras e formar as palavras, não associando os sons às sílabas. A dislexia é carregada de estigmas sociais e por isso, é importante destacar que o distúrbio não está ligado a baixo Q.I. Além disso, não há um padrão de comportamento estabelecido entre pessoas com dislexia. Elas podem ser desorganizadas ou metódicas, falantes ou tímidas”, explica a psicóloga Frínea Andrade, do Instituto Integrarte.
O diagnóstico da dislexia costuma ocorrer na infância durante a fase de alfabetização. Os principais sinais são dificuldade para ler, escrever e soletrar, trocar letras e sílabas, principalmente quando elas possuem sons parecidos, inverter, omitir ou acrescentar letras e sílabas, dificuldade de organização espacial e motora, como reconhecer ‘direita’ e ‘esquerda’, discalculia e dificuldade de compreensão do texto escrito. “Se esses sinais persistirem é importante buscar ajuda com especialistas. O diagnóstico é feito por psicólogos, fonoaudiólogos e neurologistas que vão diferenciar a dislexia de outros transtornos, como o TDAH, por exemplo, e ainda, descartar problemas emocionais que interfiram na leitura”, aponta a psicóloga.
A dislexia não tem cura, mas é possível levar uma vida normal se houver diagnóstico precoce e acompanhamento especializado desde cedo. O tratamento consiste na participação de pedagogos, psicólogos e fonoaudiólogos que vão auxiliar a criança, criando estratégias para que ela supere as dificuldades com as palavras, além de estimular outras habilidades. “A criatividade costuma ser um traço marcante entre as pessoas com dislexia. Então, aconselha-se que os pais estimulem a criança a desenhar, pintar, aprender a tocar instrumentos musicais e praticar esportes. O diagnóstico precoce e a discussão do tema é a melhor maneira de evitar prejuízos no desempenho escolar e social e os rótulos depreciativos que levam essas pessoas a desenvolverem baixa autoestima”, alerta a psicóloga Frínea Andrade.
Frínea Andrade é psicóloga, pós graduada em Transtorno do Espectro Autista e em Análise do Comportamento Aplicada. Ministra o Workshop "Autismo: da teoria à prática" e dirige o instituto Integrarte, que se dedica a pessoas com TEA da infância à fase adulta.
@frineaandrade
@institutointegrarte
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