Após quatro dias de intensa programação, o 36º Congresso Brasileiro de Genética Médica (CBGM) encerrou-se no último sábado (27), no Recife, deixando como legado reflexões sobre o papel fundamental da genética médica e genômica no cuidado integral de pacientes com doenças raras e na interação com outras especialidades da medicina.
Organizado pela Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), o encontro reuniu especialistas nacionais e internacionais para compartilhar avanços científicos, casos clínicos e perspectivas futuras. Sob o tema “Genética médica e genômica: redefinindo fronteiras na medicina”, o congresso reforçou a centralidade do médico geneticista no acompanhamento de famílias e pacientes com condições genéticas.
Em sua primeira edição no Recife, o presidente do congresso, Dr. Diogo Soares, destacou os resultados expressivos: “Essa edição alcançou marcos históricos: mais de mil participantes, mais de 500 trabalhos científicos submetidos, recorde histórico do CBGM, além da participação de 122 palestrantes brasileiros e 16 convidados internacionais da América do Sul, América do Norte e Europa. Entre os nomes estavam líderes de sociedades científicas de referência mundial, como a Rede Latino-Americana de Genética Humana, a Sociedade Científica Internacional de Erros Inatos do Metabolismo e a Sociedade Francesa de Erros Inatos do Metabolismo. Esses números reforçam tanto a potência científica do Nordeste quanto a relevância global da genética médica brasileira”.
Principais tópicos em destaque
• Aconselhamento genético;
• Genética dos erros inatos da imunidade;
• Oncogenética na vida real e câncer de mama hereditário;
• Tratamentos para erros inatos do metabolismo e displasias esqueléticas;
• Avanços diagnósticos e terapêuticos em condições neurogenéticas;
• Genômica e medicina personalizada, com foco na saúde pública;
• Ética em cenários clínicos da genética médica;
• Doenças genéticas cardiovasculares e anomalias congênitas;
• Aspectos genéticos da infertilidade feminina;
• Terapia de reposição enzimática intraútero e transferência de embriões mosaico;
• Edição gênica em embriões e suas implicações éticas e científicas;
• Redes latino-americanas de colaboração em genética.
Declarações de liderança
Para a presidente da SBGM, Dra. Ida Vanessa D. Schwartz, o evento consolidou a genética como especialidade essencial no diálogo interdisciplinar:
“O médico geneticista é o centro da equipe multidisciplinar que acompanha os pacientes e famílias com condições genéticas. Nosso trabalho envolve aconselhar, tratar, monitorar e acompanhar ao longo de todo o ciclo de vida.”
Já o presidente do congresso, Dr. Diogo Soares, ressaltou a importância histórica desta edição:
“É uma honra realizar pela primeira vez, aqui em Recife, o Congresso Brasileiro de Genética Médica. É um marco histórico para a nossa especialidade e, sem dúvida, um momento que redefine a genética médica no Brasil. Tivemos mais de mil participantes e o maior número de trabalhos científicos, mais de 500, já submetidos na história do congresso, o que comprova a força e a potência do Nordeste na produção científica nacional. Reunimos 122 palestrantes brasileiros e 16 convidados internacionais da América do Sul, América do Norte e Europa, entre eles líderes de sociedades científicas de referência mundial. Isso mostra a relevância global da nossa área e a integração da genética médica com diversas especialidades da medicina.”
Novas iniciativas lançadas
O congresso também marcou o lançamento de projetos que ampliam o impacto da genética médica no Brasil:
• E-book para a prática da telemedicina na genética médica – iniciativa para levar conhecimento e integrar o atendimento entre geneticistas e outras especialidades em regiões remotas, coordenado por Dra. Rachel Honjo, Dr. Diogo Soares e Dra. Vera Gil da Silva Lopes;
• Comunidade de jovens geneticistas – rede voltada à formação, integração de novos profissionais da área;
• Cursos de capacitação para a atenção básica – voltados a médicos generalistas e outros profissionais da rede pública para o atendimento inicial de pacientes com suspeita de condições genéticas.
Essas ações reforçam o compromisso da SBGM com a formação profissional, a equidade no acesso ao diagnóstico e a disseminação do conhecimento em genética médica em todo o território nacional.
Foto: Alison Matias
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