segunda-feira, 27 de maio de 2024

Psicologia Positiva foca nos aspectos satisfatórios da vida



A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”.
Ou seja, o cuidado com a mente faz parte da construção desse quadro, e esse processo passa, inevitavelmente, pela felicidade. Pensando nisso, um campo de estudo denominado de Psicologia Positiva surgiu nos anos 90 com a proposta de dar uma maior atenção para os aspectos positivos das vidas dos pacientes. Fundada pelo psicólogo e pesquisador Martin Seligman, ela não propõe ignorar os problemas apresentados pelos indivíduos: as dificuldades devem sim ser tratadas, mas deve-se direcionar o olhar também para aquilo que está dando certo. 


Giedra Marinho, professora de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE) – localizado na Imbiribeira, ao lado do Geraldão – concorda que dar mais atenção aos aspectos negativos da vida do que aos positivos pode ser prejudicial. “Quando colocamos o foco nas questões negativas, temos uma tendência a um adoecimento emocional maior”, afirma. 


Bem-estar subjetivo 


De acordo com essa corrente de pensamento, a felicidade (também chamada de “bem-estar subjetivo”) não é um estado de espírito passageiro. Os estudiosos adeptos da Psicologia Positiva defendem que o bem-estar subjetivo não é a ausência de sentimentos negativos, mas sim a existência de emoções positivas. Giedra complementa que, ao longo da vida, todos têm questões positivas e negativas a enfrentar e alerta que sentimentos negativos não podem ser ignorados: “Pensamentos, ideias e questões negativas nunca devem ser suprimidos ou deixados de lado”. A psicóloga acrescenta que, ao se deparar com situações difíceis, o importante é ter resiliência e tentar ressignificar o acontecimento. “Resiliência é como se resolve as questões, como se enfrenta. Ressignificação é dar um novo significado àquela situação, mudando o foco”, explica.


Mesmo que não exista uma fórmula pronta para alcançar a felicidade, Martin Seligman aponta cinco pilares para o bem-estar. Essas cinco bases se resumem no acrônimo em inglês PERMA: emoções positivas, engajamento, relacionamentos, significado e realização. O primeiro diz respeito à presença de sentimentos que geram bem-estar; o segundo trata de plenitude e concentração em realizar alguma atividade prazerosa; o terceiro é sobre cultivar relações positivas; o quarto, sobre o sentido que é dado àquilo que se faz; e o último diz respeito ao sentimento de satisfação com as próprias realizações.


Benefícios no mercado de trabalho


As bases da Psicologia Positiva também podem ser bastante úteis no mercado de trabalho, para além da vida pessoal. Aplicando o PERMA, é possível que o trabalhador adote um ponto de vista mais otimista da sua função, principalmente se a própria empresa prezar pelo bem-estar dos funcionários. Estudos indicam ainda que praticar a gratidão pode ajudar no sono e na melhora do sistema imunológico (já que há redução do cortisol, o hormônio do estresse), além de contribuir para a adoção de outros hábitos saudáveis.


Giedra Marinho defende que a Psicologia Positiva tem evoluído bastante, inclusive na área organizacional, e que ela dá ferramentas para lidar com os momentos difíceis da vida e do trabalho. Além da aplicação do PERMA, a psicóloga destaca a importância de procurar psicoterapia e também investir na prática de exercícios físicos. “A atividade física melhora o desempenho em todas as áreas, porque diminui os níveis de neurotransmissores que nos deixam mais ansiosos, menos produtivos, e aumenta os neurotransmissores que nos deixam mais produtivos e mais tranquilos”, completa. A psicóloga ainda cita outras maneiras de melhorar o bem-estar e o desempenho no ambiente de trabalho, como uma boa alimentação, a prática de meditação e o desenvolvimento de bons relacionamentos com os colegas.

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