Implantação de chip no cérebro: A fake news sugere que as vacinas teriam como objetivo maior implantar chips nos cérebros humanos. Além de nenhum traço com a realidade, uma simples comparação poderia acalmar os incrédulos. O menor microchip do mundo tem cerca de 2mm x 2mm, enquanto a agulha de maior calibre tem 1,65mm. Resultado: o menor chip do planeta não passaria pela agulha.
Vacinar pode levar à contaminação pelo HIV: O boato pode ter se originado depois de uma vacina em desenvolvimento pela universidade australiana de Queensland ter provocado falsos resultados positivos para HIV nos voluntários na fase 1, a mais incipiente delas. Os pacientes não foram infectados. Os exames é que estavam errados.
Jacaré, Super-Homem ou nascimento de barba: “Se você virar um jacaré, é problema seu. Se você virar Super-Homem, se nascer barba em alguma mulher aí, ou algum homem começar a falar fino, eles não têm nada a ver com isso”, disse o presidente sobre os fabricantes de vacinas. Os efeitos adversos mais corriqueiros em imunizantes são simples e comuns a vários deles, não só aos de Covid: sensibilidade e vermelhidão no local da aplicação, dor de cabeça, calafrios, dor nas articulações, dor muscular, cansaço, mal-estar, náusea e febre. Nada de jacarés ou Clark Kents.
Vacina de RNA altera o DNA: A mentira alega que o RNA mensageiro, base das vacinas da Pfizer e da Moderna, poderia se integrar com o material genético do paciente que recebe o imunizante. Biologicamente, as informações genéticas seguem uma única direção: do DNA para o RNA mensageiro e deste para proteína, nunca o contrário.
Tomar vacina pode deixar a pessoa fluorescente: A notícia falsa afirma que o uso da luciferase, uma proteína encontrada em vaga-lumes e plâncton, nas vacinas poderia deixar as pessoas fluorescentes. O objetivo do complô seria saber exatamente quem tomou e quem fugiu da dose. Problema 1: assim como o RNA mensageiro, a luciferase precisaria ser inserida no DNA humano, o que não ocorre. Problema 2: o vacinado também teria de ingerir uma substância chamada luciferina para, em contato com a luciferase, ficar brilhante.
Criptomoedas: Essa fake news diz que a Microsoft poderia usar o calor do corpo e as ondas cerebrais dos imunizados como fonte de energia para o processamento de computadores e, em troca, os pacientes receberiam pagamentos em criptomoedas. A conspiração junta duas coisas: uma patente da empresa de Bill Gates para a geração de energia e o fato de que algumas vacinas têm mercúrio e – aí entra a segunda leva de fake news – que o metal, injetado no corpo humano, poderia manipular as pessoas.
Vacinas levam a fetos com malformação: Propagadores de fake news dizem que especialmente a vacina da Pfizer levaria as pessoas a ficarem 30 dias sem sexo para não correr o risco de gerarem bebês com malformações, alterações funcionais ou distúrbios mentais. A mentira parte da informação de que voluntários da vacina na fase 3 foram orientados a não ter relações sexuais por um mês. O objetivo da ressalva era estudar, entre outros pontos, se os anticorpos poderiam passar para o bebê. Nada a ver com malformação do feto.
Vacinas são desenvolvidas com restos de fetos abortados: Em 1972 foi criada uma técnica conhecida como HEK-293 a partir das células do rim de um feto abortado na Holanda e, desde então, cópias das células são modificadas e replicadas para pesquisas. As células da linhagem servem como mini fábricas para a multiplicação de vírus atenuados e não integram o produto final a ser aplicado durante a pandemia. A produção da vacina não utiliza células humanas, e bebês não são abortados para que se produza qualquer vacina anti-Covid.
Covid é o nome de um plano de extermínio em massa: Um vídeo que circula nas redes sociais diz que a palavra Covid seria o nome secreto de um programa de extermínio em massa cujo objetivo final é aniquilar 80% da população do mundo. Segundo esta fake news, a vacina não protegeria a população, e sim teria sido planejada para deixar todos doentes e à beira da morte. Não caberia nenhum comentário sério sobre algo tão descabido, mas vamos a eles: a palavra Covid-19 é somatório de ‘co‘ de corona, ‘vi’ de vírus e ‘d’ de disease, doença, em inglês, e 19 é referência ao ano em que o vírus foi descoberto. As vacinas criam imunidade contra doenças, e não debilitam as pessoas em busca de um objetivo sanguinário maior. Não existe essa história de consequências mortais da vacinação na população mundial.
Fonte: Revista Veja
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