quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Diagnóstico do zika ainda enfrenta problemas

Se antes a preocupação do brasileiro, nessa época do ano, era com a dengue, hoje a situação tornou-se ainda mais apreensiva. Com a chegada do zika vírus ao país, possivelmente durante a Copa do Mundo, o número de doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti aumentou. De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba, em 2015, foram registrados mais de 11 mil casos de dengue e, de 20 amostras enviadas para análise, 12 confirmaram a presença do zika vírus e oito não detectaram a doença.

No entanto, os baixos registros do zika vírus podem estar relacionados com os problemas enfrentados no diagnóstico, já que faltam exames mais precisos para identificar a doença. A clínica geral do Pronto Atendimento Campinense, Mariluce Terra, explica que há semelhanças entre dengue, zika vírus e febre chikungunya e a diferenciação das três, pelos sintomas clínicos, nem sempre é possível.
“As três doenças têm, cada uma, algumas peculiaridades e os quadros podem ser muito parecidos, dependendo do paciente. O zika, inicialmente foi considerado apenas como uma dengue mais leve, devido ao fato de terem sintomas semelhantes, porém menos intensos. A febre costuma ser baixa, as dores nas articulações são leves ou moderadas, as manchas vermelhas quase sempre estão presentes, a coceira é de leve a intensa, e os olhos podem apresentar vermelhidão”, explica.
Porém, apesar de ter semelhanças com a dengue, as consequências do zika vírus para a saúde ainda trazem dúvidas. O surto de microcefalia (diâmetro craniano inferior à média para idade e sexo da criança) tem sido associado ao vírus e causado transtornos em todo o país. “Dependendo da gravidade, podemos ter crianças com comprometimento grave, que podem ser incapacitadas permanentemente. A microcefalia pode acarretar retardo no desenvolvimento, atraso intelectual, convulsões e alterações comportamentais”, esclarece a neuropediatra do Hapvida Saúde, Margarida de Pontes.

A especialista explica que “o tratamento varia de acordo com a manifestação clínica. Como, por exemplo, tratar convulsões, fazer fisioterapia e outros tratamentos de suporte para o atraso do desenvolvimento neuropsicomotor.” Além disso, a neuropediatra afirma que a melhor forma de prevenção é a realização do pré-natal, se possível, com exames anteriores e orientações específicas, como o calendário de vacinas.

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