“Cotovelo de tenista” deixa de ser problema apenas dos atletas e ganha novas opções de tratamento

Epicondilite lateral, conhecida como cotovelo de tenista, afeta não só esportistas, mas também trabalhadores braçais, profissionais de saúde e usuários frequentes de computador.

A epicondilite lateral é uma das lesões musculoesqueléticas mais comuns relacionadas a movimentos repetitivos e sobrecarga nos tendões extensores do antebraço. Apesar do nome, a condição não se restringe aos praticantes de tênis: trabalhadores braçais, profissionais de saúde e pessoas que passam muitas horas no computador também estão no grupo de risco. Estudos mostram que a prevalência na população geral é de 3,4 pessoas a cada 1.000 habitantes por ano, com pico entre 40 e 49 anos, enquanto entre atletas amadores e profissionais a incidência chega a 50% e 40%, respectivamente, afetando o braço dominante e podendo gerar afastamentos de semanas a meses.

Os tratamentos tradicionais incluem repouso relativo, fisioterapia, órteses e correção de técnica. No entanto, métodos inovadores vêm se destacando. Segundo o médico especialista em dor, Helio Pinheiro, da Clínica Intrador, “a acupuntura não apenas controla a dor, mas também estimula a reparação tecidual e a função muscular, acelerando o retorno às atividades esportivas e profissionais”. Estudos recentes mostram que essa técnica tem eficácia superior a medicamentos e infiltrações com corticoides, promovendo alívio da dor e melhora da função do cotovelo no curto e médio prazo.

Outra opção promissora são as infiltrações com ácido hialurônico, que funcionam como lubrificante e protetor dos tendões, reduzindo atrito e inflamação mecânica. “É especialmente indicado para quem quer evitar corticoides ou já tentou outros métodos sem sucesso”, explica Helio. Revisões científicas indicam que protocolos de duas a três aplicações semanais podem gerar melhora significativa da dor e da função por até seis meses, com menor risco de degeneração dos tendões.

A prevenção continua sendo essencial: correção de técnica, preparo físico adequado e atenção aos primeiros sinais de sobrecarga ajudam a evitar afastamentos. Com o crescimento da popularidade do tênis e outros esportes de raquete, tratamentos baseados em evidências, como acupuntura e ácido hialurônico, tornam-se aliados importantes para manter atletas e trabalhadores ativos, sem dor e com plena função.