A programação gratuita do projeto oferece espetáculos de dança, oficinas e vivências, com a presença da artista NODO Yara e do Grupo Matulão de Dança, todos com foco nas danças negras e populares, e no processo de aquilombamento que une a todos nós em torno da arte.
A curadoria apresenta diferentes nuances e caminhos das danças negras, afroindígenas e populares na diáspora latino-americana, alinhadas com os princípios basilares do trabalho do Daruê Malungo. Mais do que assistir a apresentações, o “Kilombo Malungo – Ocupação” convida o público a uma imersão profunda na cultura afro-brasileira, descobrindo, através da dança, do olhar e dos corpos, que é possível se conectar a formas tão distintas de criação, experimentando o contato com artistas que vivem constantemente este processo.
Cada espetáculo é seguido por uma oficina, proporcionando ver o artista enquanto pessoa que dança ao nosso lado, mas que passa a compor a cena, possibilitando que haja uma conexão ainda mais próxima entre criador e plateia. Assim, os artistas, além de apresentarem seus trabalhos, também participam de atividades de integração com a comunidade, fortalecendo o intercâmbio cultural e criando laços de afetividade.
“No Daruê nós somos companheiros de luta, vivemos e aprendemos a ocupar o palco como nossa segunda casa. Formamos uma roda para dançar, para ver os outros dançando, como é na capoeira, na vida, onde quer que a gente vá. É parte da nossa pedagogia olhar o outro como companheiro e não como rival.”, destaca Vilma Carijós, coordenadora geral do projeto e presidenta do Daruê Malungo.
A iniciativa acontece na Sala de Dança do Daruê Malungo, localizada na Rua Passarela, 18-A, Campina do Barreto, Recife. O espaço, equipado com sistema de som, iluminação e piso de linóleo, oferece um ambiente propício para a fruição da arte e para a realização de atividades formativas.
Segundo Orun Santana, coordenador pedagógico do Daruê Malungo, “o objetivo do projeto é promover a ocupação da sala de dança do centro cultural, fortalecendo esse espaço como local de fruição artística. Além da formação, que já é referência na cidade, o projeto busca trazer novos trabalhos para dialogar com as diferentes formas de dança que dialogam com o que fazemos no Daruê”.
Orun também destaca a importância da curadoria da programação. “Os espetáculos que ocupam a sala de dança têm em comum a pesquisa direcionada à cultura popular ou à dança afro, o que dialoga com o pensamento político-pedagógico do Daruê. É importante lembrar que a apresentação acompanha sempre uma oficina, proporcionando um dia inteiro de vivência formativa e de fruição”.
No dia 13/07/24, o público poderá participar das ações da artista NODO Yara. Das 10h ao meio-dia, acontecerá a oficina “Danças Afro-colombianas – Região Caribe”, que oferece aos participantes a oportunidade de aprender os ritmos e movimentos básicos dessas danças, em um ambiente acolhedor e propício ao aprendizado. Às 19h, é a vez de assistir ao espetáculo “YUGO”, que apresenta uma pesquisa sobre as danças afro-colombianas da região do Caribe, explorando suas raízes africanas e sua influência na cultura local.
Já no dia 27/07/24, o Grupo Matulão de Dança, das 10h às 12h, apresenta a oficina “Figuras do Bumbá”, que oferece aos participantes a oportunidade de conhecer os personagens e os elementos do Bumba Meu Boi, uma das mais tradicionais manifestações culturais do Maranhão, presentes no ciclo junino também em Pernambuco. Já o espetáculo “Bumba Meu Boi Bumbá” apresenta, às 19h, uma versão contemporânea dessa tradição, com música, dança e teatro, abordando temas como a identidade cultural, a religiosidade popular e a resistência afro-brasileira.
O projeto “Kilombo Malungo – Ocupação” é uma oportunidade única para conhecer a riqueza da cultura afro-brasileira e para fortalecer a comunidade do entorno do Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo.
Sobre o Daruê Malungo – O Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo, idealizado por Vilma Carijós e Mestre Meia Noite, foi criado em 5 de outubro de 1988 e registrado em 1990. Localizado na Rua Passarela, 18-A, na Campina do Barreto, Zona Norte do Recife, o centro atua com educação comunitária por meio das artes, desenvolvendo uma metodologia própria de ensino. É reconhecido na cidade como um importante espaço de criação, difusão e manutenção da cultura negra. A organização não governamental oferece diversos programas educativos e culturais para crianças, jovens e adultos, com foco na promoção da cidadania, da cultura afro-brasileira e da justiça social.
Serviço:
Local: Sala de Dança – Daruê Malungo
Endereço: Centro de Educação e Cultura Daruê Malungo | Rua Passarela, 18-A, Campina do Barreto, Recife – PE
Entrada: Gratuita (não é necessária a inscrição prévia)
Oficina: Danças Afro-colombianas – Região Caribe
Realização: NODO Yara
Data: 13/07/2024
Horário: 10h às 12h
Entrada: Gratuita (não é necessária a inscrição prévia)
Espetáculo: YUGO
Realização: NODO Yara
Data: 13/07/2024
Horário: 19h
Entrada: Gratuita (não é necessária a inscrição prévia)
Oficina: Figuras do Bumba
Realização: Grupo Matulão de Dança
Data: 27/07/2024
Horário: 10h às 12h
Entrada: Gratuita (não é necessária a inscrição prévia)
Espetáculo Bumba Meu Boi Bumbá – Grupo Matulão de dança
Realização: Grupo Matulão de Dança
Data: 27/07/2024
Horário: 19h
Entrada: Gratuita (não é necessária a inscrição prévia)
Sobre os espetáculos:
YUGO - É um solo, um trabalho cênico de Dança, que surge da necessidade de expressar através do corpo, todas aquelas emoções reprimidas que rasgam a vida, experiências que se desdobram em estados corporais gerados pela busca de canalizar pensamentos e encruzilhadas de sentimentos, é a construção de um manifesto que se opõe a uma sociedade que oprime e rejeita, a um contexto misógino e racista. Falar sobre o gênero feminino, é falar sobre resiliência e a construção de comunidade para ser voz. A intenção de quebrar as amarrações do silêncio.
YUGO pretende vivenciar através da apresentação de uma performance, as possibilidades de criação na dança em relação a um monólogo literário de uma novela escrita por Roberto Burgos (autor da colômbia); “Anália Tu Bari”, uma personagem identificada como uma mulher africana que foi escravizada. A narrativa impele à bailarina a desenvolver-se e a viajar na improvisação para reconectar-se consigo mesma, com sua raiz, o empoderamento como gerador de força. Por consequência, existe mais um atravessamento que veio da necessidade de criar comunidade por conta de ser um SOLO, provocando outras ações antes de atuar na cena, emergindo encontros e gerando afetos dias antes da apresentação, desse modo, teria mais sentido a construção dramatúrgica e política da peça.
Bumba Meu Boi Bumbá – Inspirado nas brincadeiras do boi, presentes em todo o Brasil nos mais diversos formatos e ciclos festivos, o Grupo Matulão de Dança traz a coreografia “Bumba meu boi bumbá”. De forma lúdica e inusitada, trazemos mateus e catirinas, o imaginário da morte e ressurreição do boi; figuras humanas e fantásticas, como o Doutor Penico Branco, o Padre, a curandeira, a Ema, a Caipora, a Cobra e o Morto-carregando-o-vivo. A trilha sonora é composta por canções de Papete, Mestre Ambrósio, Hebert Lucena, Calango Aceso, Sa Grama e Aglaia Costa.
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