O filme gravado em 2021, entre as cidades de Saloá e Paranatama, durante a fase aguda da pandemia de covid-19, lança luz sobre os efeitos ambientais provocados pela instalação de uma usina eólica no agreste de Pernambuco. A obra ficcional acompanha o drama de um personagem que, ao receber uma casa de herança deixada por um pai que ele não conheceu, enfrenta o desafio de passar o imóvel adiante, pelo fato de ser localizado próximo às usinas eólicas e, em meio a tudo isso, acaba fazendo um mergulho em busca das próprias origens.
O longa, registrado em apenas 14 dias, é uma coprodução independente e com recursos próprios. Ao todo, são 70 minutos de duração e classificação indicativa a partir dos 12 anos. A narrativa, bastante poética, mergulha em temas fundamentais da identidade social e humana, como solidão e abandono paterno. O projeto, ainda faz parte do movimento Cinema Instantâneo, o qual busca democratizar o fazer cinematográfico no interior e nas periferias das grandes cidades. Nesta produção, há uma força-tarefa de profissionais experientes de Pernambuco e São Paulo.
“Esta produção audiovisual vem colaborar com o debate real que o Brasil e o mundo vêm refletindo nos últimos tempos sobre a importância de preservar o nosso meio ambiente. Eu pude estar nas duas cidades pernambucanas, e presenciei, a partir dos diálogos com moradores da região e durantes as gravações, como a chegada das usinas trouxeram não apenas alterações na paisagem, mas também uma série de questões que afetam diretamente a convivência e a coesão social dessas comunidades” desabafa o ator, Alexandre Guimarães.
Vale salientar que, parte da família de Guimarães, vive na zona rural dessas cidades. Sempre que podem, estão em visitas constantes ao local. Inclusive, ele sabe bem, a partir da convivência com seus parentes, como a chegada das usinas impactou na vida das pessoas, gerando o abandono de suas casas por conta da especulação imobiliária. Além disso, a implantação do parque eólico, tem refletido na poluição sonora, que afeta o dia a dia de quem mora na área.
O filme tem a coprodução audiovisual do paulista, Antônio Fargoni. A ficha técnica inclui, ainda, nomes como Vicente Marinho no som direto; Damásio Marques na trilha sonora; e Adam Viana no som e efeitos. O elenco é composto 100% por artistas pernambucanos: Alexandre Guimarães, Gerson Lima, Leticia Guimarães, Whanda Rodrigues e Marcelo Francisco, entre outros.
Também selecionado para a mostra nacional de longas, "No caminho encontrei o vento", vai compor a programação do 47° Festival Guarnicê de Cinema em São Luís do Maranhão, no final de junho. O festival longevo em atividade do Brasil.
Serviço:
O quê: Longa-metragem sobre os efeitos de usinas eólicas estreia no Cine-PE 2024
Quando: Segunda-feira, dia 10 de junho
Onde: Cineteatro do Parque, localizado na rua do Hospício, nº 81 - bairro da Boa Vista, no Recife.
Ingressos: A mostra é gratuita, mas é preciso chegar cedo para retirada das pulseiras que darão acesso à platéia. O início das exibições está previsto para 19h.
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