Para “controlar” os funcionários, empresas estão utilizando programas que registram os toques nas teclas ou rastreiam a atividade do computador com capturas de tela periódicas. Outros programas gravam as ligações ou reuniões e até têm acesso às webcams dos empregados. O advogado trabalhista João Galamba, sócio do escritório Galamba Félix Advogados, explica se a prática é válida ou não.
“É preciso ter bom senso nessa questão. O empregador tem o direito saber o que o funcionário está fazendo no horário de trabalho, mas no que se refere ao exercício da profissão. Mas essa vigilância 100%, digamos assim, não é saudável. O colaborador tem direito a uma pausa para ir ao banheiro, beber água, comer alguma coisa. Imagina o patrão ter de ser avisado caso tenha que ir ao sanitário? É constrangimento”, opinou o advogado João Galamba.
Um estudo da ferramenta de segurança na internet Express VPN, de 2021, apontou que 80% dos patrões usam software de monitoramento. Na visão de João Galamba, o controle é necessário, mas com limite, pois o funcionário pode se virar contra a empresa, se irritar e até pedir demissão.
As questões do home office e modelo híbrido ainda não novidades nas regras trabalhistas, já que é uma situação dos últimos anos. Ainda de acordo com pesquisa do Google Workspace, 65% das pessoas que estão no presencial trocariam seu emprego para trabalhar de forma híbrida.
“Entretanto, outras questões surgiram: a sensação de não saber quando termina o trabalho e quando começa a vida pessoal, o incômodo de trabalhar na mesma sala onde mais tarde se joga no sofá para assistir TV, ser interrompido por criança, adulto, animal de estimação”, acrescentou João Galamba.
Nenhum comentário:
Postar um comentário