sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Músico carioca Arthur Martins celebra musicalidade ecumênica brasileira em EP de estreia.



Arthur Martins faz um passeio plural pelos ritmos regionais em um EP de estreia onde as raízes da música brasileira pulsam. Passeando entre o sagrado e o profano, o carioca vai da percussão baiana dos blocos afro, o samba-rock do Rio de Jorge Ben e Seu Jorge, e desemboca no samba-reggae e no ijexá. “Novo Homem” é a declaração de um artista que chega no cenário sem abrir mão de refletir suas origens.

“Novo Homem” reflete as mudanças pessoais que inspiraram a composição das três faixas. O começo com “Estrada Real” anuncia, também, o início de uma jornada. A canção reflete as fases do começo de um relacionamento, em uma referência ao caminho romano Via Appia. Já a faixa-título ganhou um clipe onde Arthur traduz em imagens a letra sobre um renascimento, propondo um novo conceito de masculinidade. Por fim, “Preciso Gritar” dialoga com questões de saúde mental, tendo sido escrita durante uma crise depressiva. 



“As músicas foram compostas no fim de 2019, em meio a grandes transformações pessoais, que ditaram o conteúdo das canções. Embora não haja unidade temática, todas elas buscam tratar os temas de forma muito visceral e sincera”, admite Arthur. Para dar forma às músicas, ele co-produziu o trabalho ao lado de Tiago Nunes, músico baiano membro da Orkestra Rumpilezz do maestro Letieres Leite e instrumentista em diversos projetos como Maria Bethânia, Bell Marques, Julia Vargas e outros. 

Com “Novo Homem”, Arthur Marques faz sua entrada oficial no cenário musical brasileiro, expressando em canções a dualidade das suas origens, entre os ensinamentos cristãos e a percussão advinda dos toques de candomblé, desembocando em ritmos urbanos. “O EP é, de certa forma, uma celebração ‘ecumênica’ da espiritualidade e da religiosidade”, resume ele.

Cria da Cidade de Deus, comunidade da Zona Oeste do Rio, Arthur Martins usa a imagética do sagrado para explorar a vontade de ser uma pessoa melhor e que nunca é tarde demais para recomeçar. Ele dirigiu o selo Paracelso Records, com diversos lançamentos de artistas independentes, com destaque para a coletânea “Raindown” (2018), disco-tributo ao Radiohead. Arthur também trabalhou como instrumentista e arranjador em diversos projetos, incluindo a participação no EP “Balanço Oculto” (2020), do artista carioca Ninguém.

“Comecei a gravar este EP em novembro de 2019 mas sinto que eu tô gestando, parindo este EP desde a minha infância”, reflete Arthur Martins, que começou sua relação mais profunda com música na adolescência e traz em seu EP um retrato da memória afetiva suburbana.

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