sexta-feira, 14 de maio de 2021

CECH reforça: LGBTfobia pode levar a morte

 

Com a proximidade do Dia Internacional de Combate à LGBTfobia, 17 de maio, data em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) removeu a homossexualidade da sua lista de doenças, o Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH), programa vinculado à Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), faz um alerta e chama atenção da sociedade para as consequências das violações psicológicas, morais e até físicas cometidas à população LGBTQIA+, que vão  desde a ansiedade, isolamento social, depressão e  a morte do LGBT, em alguns casos.

 

Dentre os diversos casos que chegaram ao programa, está o de Pedro Henrique, Coordenador Municipal de Políticas Públicas LGBT do município de Passira, que sentiu a dor da discriminação em sua vida desde novo. “Primeiro eu sofri na escola. Tinham uns colegas que diziam 'a bichinha inteligente', também ouvia 'a bicha gospel', 'a bicha religiosa”, e para mim tudo isso doía, mas eu não podia contar a minha mãe que aquilo acontecia e também não me abria com as professoras. Depois que eu fui entendendo que havia o empoderamento e fui colocando um basta naquilo”, relata.

 

Mas foi após sofrer violações por parte de agentes de segurança pública, que buscou a ajuda do CECH. Hoje, Pedro pede para pessoas que estão sofrendo com a LGBTfobia denunciem. “Eu senti e dói lembrar os episódios de LGBTfobia. Por isso, gostaria de dizer que, primeiro, você não está só, que você tem muitos por você e dizer que denuncie, eu sei que não é fácil, mas nós temos o CECH, a Polícia, nós temos o disk 100, procure algum núcleo de assistência do seu município e se não conseguir é só entrar em contato com o CECH. Não se cale, é preciso a gente notificar”, completa.

 

O CECH, atua no acolhimento inicial e no acompanhamento a vítimas de LGBTfobia em todo Pernambuco e recebeu de janeiro a abril deste ano o total de 19 denúncias de violação de direitos contra LGBTs. Por isso, o Secretário-executivo de Direitos Humanos, Diego Barbosa, explica como acontece o acolhimento em casos de violências contra esta comunidade. “Em primeiro plano, destacamos que a nossa equipe está preparada para atender cada pessoa, com dignidade e respeitando as particularidades de cada caso. É desenvolvida uma escuta humanizada da situação, feita uma triagem, para realização dos encaminhamentos cabíveis à nossa rede integrada”, informa.

 

 

Ele ainda complementa e afirma “que o maior objetivo do Governo do Estado, neste dia tão importante, mas também durante todo o ano, é proteger e promover os Direitos Humanos de toda a população LGBTI+, no enfrentamento a qualquer tipo de LGBTIfobia, que é crime. Por isso, ao primeiro sinal de violação, pedimos que entrem em contato com o CECH e, a depender do caso e da urgência, diretamente com a delegacia mais próxima ou pelo 190, mas não deixem de realizar a denúncia. Vidas podem ser salvas por esta atitude”.

 

Denúncias de violações contra a população LGBTI+ podem ser feitas ao Centro Estadual de Combate à Homofobia (CECH), pelo telefone (81) 3182-7665 ou pelo e-mail centrolgbtpe@gmail.com, no horário das 9h às 16h, e assim, o CECH, poderá atuar e realizar os encaminhamentos cabíveis a cada caso, inclusive, para que os responsáveis pelas violências possam ser identificados e, se for o caso, punidos criminalmente.

 

 

 

Fotos: Ray Evllyn/SJDH

Nenhum comentário:

Postar um comentário