O Sesc Santana recebe a estreia do espetáculo Dorotéia, a
velhinha que gostava de dançar. A apresentação baseada na linguagem visual traz
ao palco a junção do teatro gestual, dança e parkour – a técnica de saltos e transposição
de obstáculos. Uma peça poética sobre o amor e encontros, criada especialmente
para as crianças, dedicada aos idosos, mas que o público de todas as idades
poderá se encantar. A temporada no teatro da unidade vai até 28 de julho,
sempre aos domingos.
O espetáculo faz uma livre adaptação do livro infantil
homônimo de Margareth Brandini Park, com concepção, dramaturgia e direção de
Miló Martins (de A Menina e o Sabiá). Uma história sobre a descoberta de um
novo amor na terceira idade e a quebra de estereótipos sociais de como
enxergamos os idosos no geral.
Dorotéia (interpretada por Dora Bueno) é uma senhora com uma
rotina repleta de criatividade e movimento. A simpática e alegre velhinha vive
com seu gato Casimiro e a chegada de um novo vizinho modifica seu cotidiano. No
encontro com Augustus (interpretado por Ari Willians), Dorotéia ganha muito
mais do que um parceiro de dança. Quem dá vida aos gatinhos, é a dupla de
atores e praticantes do parkour Danilo Alves (Casimiro) e Mariana Taques (gata
Catarina).
"O livro retrata com muita delicadeza o tema. Quando li
percebi que ainda é pouco comum nos dias de hoje estes encontros tardios e, no
geral, vislumbramos os idosos de outra maneira. Creio que no espetáculo, as
crianças poderão ver os mais velhos e o envelhecimento de outra forma,
encontrando em suas histórias infantis não só jovens princesas e seus pares,
mas também avôs e avós", relata Miló.
A apresentação é o segundo espetáculo infantil realizado pela Emme
Cultural, o primeiro foi A Menina e o Sabiá, que encantou plateias de todas as
idades mesclando dança e acrobacias aéreas.
Em Dorotéia, as técnicas de saltos parkour entram em cena
nas travessuras e nos trejeitos dos gatos, os bichos de estimação que encantam
as crianças. A atenção dos pequenos também é capturada pelo rico cenário e
figurinos criado por Márcio Vinícius. Os adereços, tecidos, flores e objetos
receberam uma atenção especial com trabalhos manuais de tapeçaria, crochê,
tricô e bordado, além das luzes de Marisa Bentivegna e efeitos em neon.
A trilha sonora original é de Fernando Narcizo e Bruno
Buarque, além das músicas Carinhoso, do Pixinguinha e The Tender Trap, de Frank
Sinatra.
Dorotéia conta de maneira leve, delicada e divertida que o
amor pode chegar em qualquer momento de nossas vidas, mesmo quando não é
esperado.
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