As
mortalhas, os grandes encontros com personalidades internacionais, as canções
que marcaram época, as alegorias, as chamadas para os eventos... Um pouco dos
35 anos de história do Olodum será retratado a partir do dia 5 de março, em uma
exposição no Museu Solar Ferrão, Pelourinho. Batizado de OLODUM 35 anos: Sons e
Visualidade, o trabalho tem a curadoria de Ayrson Heráclito, responsável pela
concepção, montagem e supervisão. Com o apoio da Secretaria de Promoção da
Igualdade Racial, SEPROMI, a mostra promove a valorização do ser humano, o
respeito à diversidade, o sentimento de identidade difundido pelo grupo desde o
seu nascimento.
A longa
trajetória transformou a banda conhecida internacionalmente pelo som mágico e
arrepiante dos seus tambores. O grupo tem marcas importantes como como os 28
anos da gravação do LP Egito Madagascar, o primeiro disco do grupo e que é
considerado o primeiro álbum de samba-reggae do mundo; 24 anos de inauguração
da Casa do Olodum; 23 anos da maior tour de uma banda brasileira na Europa em
1992 e 23 anos do Desfile do Bloco Olodum no Carnaval de Londres Nothing Hill
Gate.
Banda Olodum - A banda Olodum foi criada há
mais de 30 anos para animar os foliões do carnaval baiano. Em 1987, estreou no
mercado musical com o lançamento do seu primeiro álbum Egito Madagascar, disco
consagrado pelo sucesso da musica “Faraó”. Este LP foi importante para
despertar para o Pelourinho o olhar de personalidades da música mundial,
fascinadas pelo ritmo do Olodum. Paul Simon foi o primeiro a incluir o Olodum
na música e no clipe “The Obvious Child” em 1990. Muitas outras personalidades
da musica mundial, como Michael Jackson, Jimmy Cliff e Ziggy Marley, também se
identificaram com a Banda e tiveram a oportunidade de conhecer o samba-reggae
criado pelo Maestro Neguinho do Samba e compositores do Olodum. Atuando no
Brasil e no mundo, em parceria com grandes astros da música internacional, o
grupo se tornou mundialmente famoso por conquistar com o samba-reggae plateias
exigentes e numerosas como a do show no Central Park com Paul Simon (750 mil
pessoas), e ainda como no carnaval de North Hill Gate (2 milhões de pessoas, na
Inglaterra), cativados por uma musicalidade provocante e diferenciada.
História do Olodum - O grupo surgiu de uma
brincadeira carnavalesca em 25 de abril de 1979 entre os amigos Carlos Alberto
Conceição, Geraldo Miranda, José Luiz Souza Máximo, José Carlos Conceição,
Antônio Jorge Souza Almeida, Edson Santos da Cruz e Francisco Carlos Souza
Almeida. O que era para ser uma opção de lazer momentânea para os moradores do
Pelourinho ganhou todo o mundo. A palavra Olodum é de origem Yorubana, idioma
falado pelos Yorubás vindos da Nigéria e do Benin para a Bahia em séculos
passados. A palavra completa é Olodumaré – o Deus criador, o Senhor do universo
e representa no Candomblé um princípio vital, a Suprema Ordem Fundamental -
SOF.
O grupo
ganhou sonoridades diferentes, transformou a musicalidade africana calcada na
percussão e originou novos ritmos, como o Ijexá, Samba, Alujá, Reggae, Forró e
se transformou numa expressão viva do samba-reggae, ritmo idealizado por
Neguinho do Samba. Daí em diante, o Olodum conquistou o mercado musical e se
transformou numa das bandas percussivas de maior sucesso no Brasil e até
internacionalmente. Já encantou artistas como Michael Jackson, Linton Kesey
Johnson, Paul Simon, Julian Marley, Gal Costa, Caetano Veloso, Xuxa, Ivete,
Cidade Negra, Caetano, Gil, Tim Maia, Jorge Ben, Elba Ramalho, Daniela Mercury
e Carlinhos Brown.
As cores
que representam a banda também não foram escolhidas ao acaso. Todas juntas
formam a base do Pan-Africanismo, Rastafarianismo e do Movimento Reggae. São as
cores internacionais da diáspora africana e constituem uma identidade
internacional contra o racismo e a favor dos povos descendentes da África. O
verde, as florestas equatoriais da África. O vermelho, o sangue da raça negra.
O amarelo, o ouro da África (maior produtor mundial). O preto, o orgulho da
raça negra. O branco, a paz mundial.
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