Psicóloga
explica os níveis e como analisar os prejuízos de uma mentira
A
mentira, mesmo condenada pela maioria das pessoas, é mais comum e corriqueira
do que se imagina. O assunto já foi tema de filmes e de histórias famosas, como
o caso de Marcelo Nascimento da Rocha conhecido por ter sua vida retratada no
livro “VIPs – Histórias Reais de um Mentiroso”, de Mariana Caltabiano. A
história apresenta os golpes e mentiras que ele praticou, um deles – talvez o
mais conhecido- quando se passou por herdeiro de uma companhia aérea.
Este
caso reflete uma situação mais extrema, mas no dia 1º de abril, conhecido como
o Dia da Mentira, pessoas de todo o mundo brincam umas com as outras, pregando
peças. No Brasil, a data começou a ser difundida em Pernambuco com a circulação
do jornal “A Mentira”, lançado em 1º de abril de 1848, com a falsa notícia do
falecimento de Dom Pedro.
Desde
então, a data é sempre lembrada, mas nos outros dias do ano é comum convivermos
com mentiras, sejam de familiares, amigos, companheiros ou políticos. A
psicóloga do Hapvida Saúde, Lívia Vieira de Melo, explica que todas as pessoas
mentem, seja de forma mais leve ou prejudicial, a pesar da prática ser sempre
condenada. “Aprendemos desde cedo a mentir para sermos aceitos no meio social,
mentimos para nos auto afirmarmos, para inflar o nosso próprio ego, por
conveniência, como estratégia de sucesso, ou para sermos amados e acolhidos”,
afirma.
De
acordo com a psicóloga, a sociedade tenta fugir do peso das mentiras e
intitulou as leves omissões, as que não causam danos, de ‘mentiras brancas’.
“Há mentiras em várias áreas da atividade humana como a mentira religiosa, por
omissão, a convencional, a política, a conjugal e nas relações sociais”,
esclarece.
No
entanto, é preciso analisar as mentiras e pontuá-las de acordo com os prejuízos
ou danos que possam causar nos relacionamentos pessoais e profissionais, já que
pode ser algo patológico. A especialista do Hapvida Saúde explica que além de
Síndrome de Münchhausen -que é um transtorno de personalidade-, em estágios
graves de depressão, bulimia, anorexia, cleptomania e dependência química, é
comum que as pessoas mintam compulsivamente para omitir o seu comportamento.
Por este
fator, é preciso saber distinguir a mentira banal da mentira psicopática, como
orienta Lívia Vieira. “Os psicopatas mentem sem culpa, mentem friamente e
utilizam a mentira como ferramenta de trabalho, um meio de vida. São pessoas
que mentem sem motivo, são narcisistas e capazes de tudo para alcançar os seus
objetivos”, assegura.
Nos
casos em que a mentira toma uma proporção maior ou, mesmo de forma mais branda,
incomoda quem está por perto, a recomendação é se afastar. Segundo a psicóloga,
é difícil mudar o outro, portanto é uma questão de escolha e livre-arbítrio, e
se alguém sente que a mentira o prejudica, o ideal é buscar a sua própria
verdade. A partir disso, de acordo com a especialista, é possível distinguir os
prejuízos da mentira e agir com sensatez, tendo em vista que nem sempre é
preciso entrar em conflitos para resolver problemas deste tipo.
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